O ano de 2023 deve ser considerado o primeiro ano, completo e normalizado, pós-pandemia. E se os bons números de 2022 se justificam, em parte, pelo fenómeno de revenge spending de uma esmagadora maioria da população confinada em 2020 e 2021, já os números de 2023 não podem ter a mesma explicação subjacente.
Estando o ano de 2023 a acabar, qual o primeiro balanço que se pode fazer do ano turístico ? Sem dúvida, um excelente ano para Portugal. Senão vejamos:
Não pode por isso deixar de ser considerado um ano positivo para a hotelaria nacional, com os proveitos a crescerem muito acima da inflação e aumento das margens operacionais. Os maiores desafios que o ano de 2023 apresentou aos hoteleiros nacionais terão sido (1) a captação e retenção de recursos humanos (2) o aumento dos custos operacionais, por via do aumento de salários, matérias-primas ou energia e (3) o início do impacto do efeito da subida das taxas de juro, nomeadamente por parte da procura nacional e para grupos mais alavancados.
Em resumo, passado que está 2023, podemos antecipar um ano de 2024 com a procura alinhada com os anos anteriores (a não ser que a situação económica se degrade de forma mais significativa que o esperado na Europa e EUA), mas talvez com um preço médio praticado na hotelaria que não evolua com a mesma dinâmica dos últimos anos; é assim provável uma relativa estabilização de preços. Em relação ao produto hoteleiro, julgamos que será um ano de novas aberturas de hotéis de marcas nacionais e internacionais, mantendo a trajetória de qualificação da oferta, assim como de reforço do investimento em unidades existentes com o objetivo de manter, ou melhorar, o produto e os preços médios praticados.
Eduardo Abreu – Partner da neoturis.
A Neoturis é uma empresa de consultoria, estratégica e de negócio, direcionada para o acompanhamento do sector do turismo, entretenimento e lazer.
Em atividade desde Novembro de 2000, o objetivo é apoiar exclusivamente empresas, públicas e privadas, em iniciativas e oportunidades associadas ao sector.